quarta-feira, 23 de junho de 2010

Um nascer no oeste


Quanto tempo dura para todo o sangue escorrer pelo céu? Assistindo ao vivo parece durar uma eternidade, mas tudo passa em questão de minutos. Em um breve piscar de olhos toda aquela paisagem se alterou, plantando apenas a dúvida de quando o laranja deixou o espetáculo. Um ato ousado! Nos faz parar para apreciar o seu fim, mas esconde seu último suspiro. Talvez houvesse alguma solenidade nisso tudo.

Por fim resta apenas a lembrança de um céu bonito. O crepúsculo não faz sentido como memória. Quem sabe aquele gradiente de cores e formas retorne no nascer do sol, mas para que esperar até lá? Os dias mais longos são feitos com o olhar ao relógio, e o mesmo se aplica às noites.

O sol nascente, assim como o seu poente, é perfeito. Ambos chegam na hora certa, na paisagem certa. Há dias que terminam melhor com o barulho de chuva no telhado, sem qualquer cerimônia. Não há por que esperar até um novo espetáculo de cores quentes e frias. Quando se aprende a apreciar a discrição da penumbra, acredite, você não irá se lembrar de acordar amanhã.

Baseado no texto "Os finais são complicados", escrito por Lara Oberdá.

2 comentários:

  1. "Os finais são complicados" !

    arrasou, já sabe disso né ? :)

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  2. poxa, tudo acaba com um final feliz, se não estás feliz é porque não chegou o final... eu penso assim ;D você arrasa e sabe disso <3

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