quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Sólido


Branco, o que tu és? A que tua oca imensidão diz respeito? Para quem sempre gostou de esboçar os caminhos que minha mente outrora já percorreu, teu vazio amedronta. Por vezes temo que, por descuido ou falta de uso, tenha perdido as desenvolturas de passar tênues e contrastes para um papel. Ver neste nada o que sou agora.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Fold


Jogue bem, e não me fale nada. Palavras aqui deve ser apenas outro gesto mudo. Leia meus sinais e adiante-se a meus movimentos. Mude de estratégia, blefe, recue, mas mantenha este silêncio. Não faça com que o dizer oculto em um discreto gesticular ganhe som, seria de dispensável obviedade. Deixe a beleza de um ambiente sem ruídos se manter por um instante a mais e, se for possível, aprecie cada momento. Talvez assim verá que, como tantas outras coisas, nada disso trata-se de derrotar adversários.

Há jogos que se ganham no grito.
Opto aos que premiam a sutileza.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Ponto de fuga


Havia o céu nublado, mas não era o bastante. Embora adorasse aquele costumeiro vento de noites frias que entrava pela sua janela, preferiu fechá-la para ver se encontrava algo melhor. Todas aquelas nuvens tão armadas e monocromáticas o entediavam.