Branco, o que tu és? A que tua oca imensidão diz respeito? Para quem sempre gostou de esboçar os caminhos que minha mente outrora já percorreu, teu vazio amedronta. Por vezes temo que, por descuido ou falta de uso, tenha perdido as desenvolturas de passar tênues e contrastes para um papel. Ver neste nada o que sou agora.
Procuro acreditar que tu és apenas um borrão, Branco. Que as tantas inspirações que tive não foram provindas de sentimentos efêmeros, meras emoções infantis que o tempo trata de matar num paciente ruir. Ao invés disso, que sempre me inspirei nas minúcias que sempre existirão. Pequenas distinções as quais esse desfoque não me deixa enxergar.
Anseio o momento em que voltarei a ver nuanças em ti, Branco. O dia em que finalmente ire lhe rasgar, mesmo que num mero detalhe. Por isso, encaro-te a procura de algo. Qualquer algo! Animo no menor sinal de tom.
Mas nada. A mim tu só me reservas o sólido. Um panorama de vazio que não sai da minha frente.
Uma nova perspectiva de branco e ódio. É um fora ao lugar-comum. Há tanto tempo não vinha aqui, mas não tem erro. Seus textos não decepcionam, meu caro.
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