"Aqueles dois" se cruzam de duas a três vezes por semana. Eles não sabem, mas se conhecem. Mas não sabem. Em uma noite passada, repleta de sujeitos querendo fugir do mundo real, "aqueles dois" dividiram um momento. Ou se dividiram, também cabe ao caso. Foram segundos ou minutos, não se sabe disso também, apenas que aquele tempo teve lá seu quê de eternidade.
Sempre que se cruzam, "aqueles dois" trocam discretos olhares, daqueles que descem imediatamente aos pés quando são descobertos. Não se reconhecem, mas se querem. Desejam, em outra noite, com outros fugitivos, saber do que o outro é capaz. Mal sabem eles que já têm essa resposta.
Enfim, coisas que só acontecem com quem tenta fugir da segunda-feira.
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