segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Ser urbano


As luzes quadradas passavam pelo teto do carro. Começavam devagar, depois ganhavam velocidade até desaparecer em algum momento. Aquilo acontecia gradualmente, como se quisessem imitar as ondas do mar. Atrás de seu banco havia música, o elemento que dava sentido a todas as coisas aleatórias que aconteciam naquela noite.

Olhando mais ao fundo, poderia ver mais daquelas luzes ofuscadas. Não tinham o mesmo movimento suave daquelas que passavam pelo teto, mas nem por isso deixavam de ser tão belas. Distante e empilhadas, pareciam querer humildemente dominar toda aquela escuridão. A penumbra da noite revelava que, afinal, havia humanidade mesmo naqueles edifícios que pareciam ser tão arrogantes durante o dia.
 
A sua volta, carros passavam jogando luz a tudo aquilo que vivia, e logo se distanciavam, como se fosse apenas aquele o motivo de sua existência, pouco importando se iam ou viam. O modo como faziam barulho ao passar ao seu lado, mas que logo desapareciam a seus sentidos poderia fazer uma comparação otimista aos problemas que agora estavam no esquecimento.
 
Não precisara estar na beira da praia ou no topo de uma montanha. O ser humano, afinal, é um ser capaz de encontrar a paz em qualquer que seja seu habitat, mesmo na agitação barulhenta e iluminada de uma vida urbana.

2 comentários:

  1. Ah, thi, dá vontade de te bater.
    Ficou lindo o texto. Adorei.
    Beijinhos :*

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  2. A paz está dentro da gente, mano. rs
    Arrasou no layout, eu curti. Essa fonte ficou fera, combina com vc. Vamos divulgar esse blog, Thi, o mundo precisa conhecer seus textos.
    Beeijos (L)

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