Olho para a paisagem do planalto e procuro morros. Lembro-me de como pareciam instáveis para um sujeito jovem como eu. Sinto falta do vento gelado que corria por até onde o sol cansado permitia, de suas paisagens noturnas que se revelavam apenas no que farol do carro tocasse. Estradas rasgadas pela neblina.
Me pergunto quando foi que resolvi morar no plano, horizonte de pessoas que trocaram um sonho pelo escritório. Mentes que certamente já foram grandes um dia e que se deixaram prender num cubículo de paredes divisórias. Um local de rotinas, onde se sabe onde pisa.
Parece um instinto natural do ser humano procurar a estabilidade, como a vida procura a morte. Olhar para minhas fotos é sentir saudades de arrependimentos, de maus momentos que acabaram por amadurecer para boas lembranças. Sinto carinho por cada dor, cada erro, cada passo cego que dei. E hoje, morando num lugar onde sei onde vou, morro a cada dia que não há um morro em minha frente.
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